Golpes de Crédito: Como Se Proteger e Agir

Golpes de Crédito: Como Se Proteger e Agir

A cada 2,3 segundos, uma tentativa de fraude de crédito é registrada no Brasil, colocando em risco tanto consumidores quanto instituições financeiras. Em 2025, o panorama se tornou ainda mais grave, com quase 7 milhões de ocorrências no primeiro semestre, um aumento de 29,5% em relação a 2024.

Com prejuízos bilionários e técnicas criminosas em constante evolução, é fundamental entender esse fenômeno e adotar estratégias de proteção efetivas.

A febre dos golpes de crédito no Brasil

O setor bancário e os emissores de cartões concentram 53,7% das tentativas de fraude, com um recorde de 1.871.979 ocorrências apenas no primeiro trimestre de 2025. Em três meses, o potencial de prejuízo ao sistema financeiro nacional ultrapassou R$ 15,7 bilhões.

Na mesma janela de 12 meses (julho/2024 a junho/2025), golpes envolvendo Pix e boletos afetaram 24 milhões de brasileiros, com estimativa de perdas próximas a R$ 29 bilhões.

Principais modalidades de fraude

Em 2025, as fraudes de crédito se diversificaram e se tornaram mais sofisticadas:

  • Clonagem de cartão por aproximação (NFC), impulsionada pelo uso crescente de dispositivos contactless.
  • Golpe do WhatsApp, com mensagens falsas que induzem ao envio de dados sensíveis.
  • Falsa central ou falso funcionário bancário que solicita senhas e códigos.
  • Uso de inteligência artificial e engenharia social hiperpersonalizada para criar ataques individualizados.
  • Fraudes via Pix, boletos bancários e compras online com documentação falsa.

Como os criminosos atuam

Os golpistas empregam engenharia social para manipular emocionalmente as vítimas, criando situações de urgência que dificultam a tomada de decisão racional.

A falsificação de documentos com biometria facial e documentoscopia permite a abertura de linhas de crédito em nome de terceiros, sem que ninguém perceba.

Além disso, a exploração de vulnerabilidades em aplicativos e sistemas bancários sem múltiplas camadas de autenticação facilita a invasão de contas e o desvio de valores.

Impactos econômicos e sociais

O avanço dos golpes ameaça a confiança no sistema bancário e afeta diretamente o acesso ao crédito justo e transparente. Regiões como Norte e Nordeste apresentaram crescimento de 34,6% e 32,1% nas tentativas de fraude, respectivamente, enquanto o Sudeste responde por quase metade do total global.

O cenário impõe consequências sociais profundas: idosos são alvos frequentes de boletos falsos, jovens têm sua segurança financeira abalada em compras online, e pessoas entre 26 e 50 anos concentram 59,5% das vítimas, devido ao maior poder de consumo.

Medidas de prevenção para consumidores

  • Documentos, celulares e cartões protegidos: nunca compartilhe fotos ou senhas com terceiros.
  • Use senhas fortes e exclusivas para cada aplicativo.
  • Verifique a origem de ligações e mensagens; evite clicar em links suspeitos.
  • Confira boletos em sites oficiais antes de realizar pagamentos.
  • Habilite camadas adicionais de autenticação, como reconhecimento facial e biometria.
  • Mantenha todos os sistemas e antivírus atualizados.

O que fazer se for vítima

  • Contate imediatamente a instituição financeira para bloqueio dos cartões.
  • Registre boletim de ocorrência na delegacia mais próxima.
  • Notifique órgãos de defesa do consumidor e reguladores do setor.
  • Monitore seu CPF em birôs de crédito para identificar movimentações suspeitas.
  • Reveja e atualize senhas em todas as plataformas digitais.
  • Guarde registros de todas as comunicações com a instituição.

O papel das empresas e das políticas públicas

As instituições financeiras devem investir continuamente em tecnologias de validação biométrica e análise comportamental em tempo real para detectar padrões anômalos.

Programas de treinamento para funcionários e campanhas educacionais voltadas ao público são essenciais para disseminar informações sobre as técnicas mais recentes de golpe.

O Congresso Nacional avalia projetos de lei que endurecem as punições para crimes digitais e incentivam a adoção de padrões de segurança avançados no setor.

Fortalecendo a confiança no sistema

Para que o sistema bancário recupere a credibilidade, é fundamental a cooperação entre consumidores, empresas e poder público. Denúncias bem fundamentadas e a colaboração com as autoridades aceleram a identificação dos fraudadores.

Ao adotar medidas práticas e conscientes, cada cidadão contribui para reduzir o volume de tentativas de golpe e proteger seu patrimônio e de sua família.

Em um cenário de constante evolução tecnológica, permanecer alerta e bem informado é a melhor defesa contra as fraudes de crédito.

Felipe Moraes

Sobre o Autor: Felipe Moraes

Felipe Moraes